“VM7…Vivo em Maputo há 40 anos e nunca vi algo assim” – Denny-OG
DENNY-OG EM CHAMAS
Escrito por: Jeremias Gotine
O músico moçambicano Denny OG voltou a agitar as redes sociais com uma mensagem que reflete o momento político actual em Moçambique. Ao comentar a nova era política liderada por Venâncio Mondlane, conhecido como VM7, o artista destacou o impacto dos recentes protestos populares e apontou para a necessidade de diálogo entre o governo e a população.
“Pode-se falar tudo o que se quiser sobre o VM7, mas este assunto já não tem que ver com ele ou eleições”, escreveu Denny-OG. Para ele, o fenómeno actual ultrapassa a figura do candidato e reflete um grito coletivo de insatisfação que, segundo suas palavras, “não é normal”. A população tem tomado as ruas, de Ressano Garcia a zonas como Triunfo e Somershild, demonstrando uma união nunca antes vista.
O apoio ao VM7 é evidente, mas o músico destaca que o político apenas catalisou algo maior. “VM7 tirou proveito do que já andava entalado na garganta das pessoas”, explicou Denny-OG, comparando o momento a um incêndio inevitável: “VM7 acendeu o fósforo, mas o petróleo já estava espalhado”.
Os protestos, marcados por batidas de panelas e cânticos noturnos, têm desafiado o sistema e revelado um novo tipo de resistência popular. De bairros luxuosos a zonas mais humildes, as manifestações demonstram que a insatisfação atinge todos os sectores da sociedade.
Denny-OG, natural de Maputo, afirmou nunca ter presenciado algo similar nos seus “quarenta e tal anos”. Para ele, o momento actual marca uma viragem histórica: “Cada dia que passa há mais barulho e novos actores envolvidos nesse barulho”.
As palavras do músico reforçam a ideia de que VM7 é, para muitos, um símbolo de mudança, mas o verdadeiro protagonista deste fenómeno é o próprio povo. “VM é que está a ser usado pelo povo, e não o contrário”, destacou Denny, numa publicação que gerou milhares de reações online.
Fechar fronteiras com cânticos e unir diferentes classes sociais em torno de um objectivo comum são sinais de que Moçambique vive um momento ímpar. Denny-OG acredita que ignorar este clamor pode ter consequências sérias. “Acho que é preciso ouvir e dialogar com o povo. A coisa não está realmente bem”, concluiu.
Resta saber como o governo irá responder a este movimento que, a cada noite, ganha mais força e vozes. VM7 tornou-se um fenómeno, mas como lembrou Denny-OG: “O povo é e está a ser ainda mais!”.
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