Beatkeepa ataca Mr. Bow e sua gang “deviam ficar em silêncio”
O barulho continua
Escrito: Jeremias Gotine
A música “Queremos Paz”, de Mr. Bow, reuniu nomes de peso da música moçambicana, como Júlia Duarte, Cleyton David, Tamyres Moiane, Melony, Classic Nova, Luckie, Liloca, Nelson Tivane, Bikhiza, Lázaro Sampaio, Anita Macuacua, Az e Pastor James MK, mas acabou por desencadear uma onda de controvérsia. Beatkeepa, um dos mais reconhecidos comentadores de televisão do país, comentou o caso durante o programa Show do Fred, acrescentando ainda mais combustível ao debate.
A polémica intensificou-se devido ao timing do lançamento da música. Moçambique está a viver um período delicado, com manifestações populares a ocorrer há mais de dois meses. A população clama pela transparência nas eleições presidenciais e a busca pela verdade tem gerado tensões em várias partes do país.
Para muitos, a letra da música, que apela à paz, foi interpretada como uma tentativa de calar o movimento popular. Contudo, Beatkeepa não poupou palavras e defendeu que “a arte deve ser uma ferramenta para expressar sentimentos”, sugerindo que todos os artistas envolvidos deviam ter ponderado melhor sobre o impacto que esta obra teria neste contexto social.
Ao comentar o lançamento, Beatkeepa sublinhou que, apesar da importância de promover a paz, é crucial reconhecer o momento político e social em que o país vive. Segundo ele, esta decisão pode ter soado desconectada da realidade que os moçambicanos enfrentam.
O debate gerado por “Queremos Paz” mostra como a arte e a música podem ser uma faca de dois gumes. Por um lado, unem vozes em torno de mensagens importantes, mas, por outro, podem ser mal interpretadas dependendo do momento em que são lançadas.
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